quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O Papel da Família na Prevenção as Drogas

O PAPEL DA FAMÍLIA NA PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS
A dependência química é considerada doença pela OMS (Organização Mundial de Saúde), e hoje há consenso sobre a predisposição genética ao vício e aos problemas psiquiátricos que podem estar associados (comorbidades), como a depressão e o transtorno bipolar. Mas igualmente se sabe que vários fatores podem se somar no caminho que leva às drogas, inclusive o ambiente familiar. Compartilhar responsabilidades e promover mudanças pode ser tão difícil como reconhecer que um familiar é dependente químico.

O TESTE DA PREVENÇÃO
Você colabora decisivamente para evitar que seu filho se torne dependente químico? Responda as quatro perguntas abaixo e confira o seu desempenho:
  1. Quando você está em família se sente à vontade para fumar cigarros, consumir bebidas alcoólicas ou recorrer a automedicação?
  2. Você sabe quais são os efeitos e os danos causados, por exemplo, pela maconha, o crack e o uso abusivo de álcool e se mostra aberto para discutir o tema com seu filho?
  3. Você sabe dizer o nome da paquera do seu filho (a) na escola ou se há algum colega com quem ele (a) já teve uma desavença?
  4. Você sabe onde seu filho está? Com quem? E fazendo o que?
COMO VOCÊ DEVE AGIR EM CADA CASO?
  1. Dê o exemplo: Os pais devem promover uma cultura antidrogas em casa, o que inclui tanto as lícitas, como o álcool, cigarro e automedicação, quanto as ilícitas.
  2. Informe e promova o diálogo: Os pais devem se informar sobre os danos causados pelas drogas para poderem alertar os filhos sobre os riscos e as conseqüências que elas implicam. E deixar o canal aberto para que o adolescente ou jovem saiba que sempre poderá conversar sobre esse tema com os pais.
  3. Esteja próximo: Os pais devem reservar tempo para acompanhar as atividades dos filhos, tanto as tarefas escolares quanto as atividades de lazer. Demonstrar interesse sobre como ele passou o dia e como é a relação com seus amigos ajuda a estabelecer uma relação de proximidade e confiança. É mais fácil estabelecer um diálogo e detectar problemas quando se conhece bem o filho.
  4. Dê limites: Desde a primeira infância é preciso estabelecer regras coerentes com a idade e a maturidade do filho e garantir que sejam cumpridas mesmo que ele se sinta contrariado. É preciso estar sempre atento, saber onde o filho está e saber quem são suas companhias. Não basta apenas saber a hora em que ele chegou em casa. É necessário cumprir algumas responsabilidades para poder ter mais liberdade.
FAMÍLIAS DE RISCO
Ausência da função paterna: Um pai ausente, seja fisicamente ou por não assumir seu papel, é um elemento comum na história de vida de dependentes químicos. A ausência da função paterna pode tomar forma em pais pouco atuantes que fazem valer sua autoridade por meio da violência, mães permissivas que desautorizam os pais ou o afastam do filho, pai e mãe com dificuldades para impor limites e dizer “não”. A ausência da função paterna também está relacionada aos comportamentos de riscos abaixo relacionados:
  1. Superprotetores e hiperprovedores: Pais sem tempo ou sem disponibilidade para dar afeto aos filhos muitas vezes tentam compensar a culpa realizando todos os desejos deles, sem delegar responsabilidades. Colaboram para que as crianças e adolescentes adotem o mecanismo do prazer pelo prazer, de preferência imediato. Assim, são protegidos das frustrações da vida. É essa sensação que poderão buscar na droga.
  2. Inversão de papéis: Filhos precisam de pais, não de amigos. Se não existe hierarquia, a família torna-se um terreno indiferenciado, sem certo e errados definidos, fértil para as drogas.
  3. Vício de pai para filho: Muitos dependentes deram continuidade ao exemplo de casa, com pais, tios, avós ou irmãos alcoolistas ou viciados em drogas lícitas e ilícitas. O aprendizado de crianças e adolescentes de como resolver conflitos e lidar com frustrações também se baseia nos exemplos na família.
O PAPEL DE FAMILIARES NA RECUPERAÇÃO
Atenção aos sinais: Dependendo da droga utilizada em poucas semanas se estabelece uma situação de emergência. No caso do CRACK o dependente apresenta emagrecimento acentuado, agressividade, depressão, dedos e bocas queimados e até delírios e paranóias.
Buscar o diagnóstico: Encaminhar o dependente a um especialista. Paciente com transtornos como depressão e bipolaridade precisam de medicação específica.
Admitir o problema: É preciso que os familiares se esforcem para perceber que todos podem fazer parte do problema e da solução.
Incentivar a busca de tratamento: No caso do crack a internação é imprescindível.
Promover mudanças: Se a família não rever seus comportamentos e atitudes e promover as mudanças necessárias, as chances de recaídas do dependente são altas.
Superar as culpas: Lidar com um dependente químico é um aprendizado. Essas situações provocam angústia em familiares. Também é comum pais darem dinheiro aos filhos ou enchê-lo de presentes se ele se dispuser a internar-se. Isso atrapalha a recuperação.
Fonte bibliográfica: Jornal Zero Hora – RS
http://evandergomes.com/o-papel-da-familia-na-prevencao-ao-uso-de-drogas/ 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O QUE É DEPENDÊNCIA QUÍMICA? 

A dependência química é uma síndrome caracterizada pela perda do controle do uso de determinada substância psicoativa. Os agentes psicoativos atuam sobre o sistema nervoso central, provocando sintomas psíquicos e estimulando o consumo repetido dessa substância. Alguns exemplos são o álcool, as drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack) e a nicotina.


A DEPENDÊNCIA QUÍMICA APRESENTA OS SEGUINTES SINTOMAS:
  • Tolerância: necessidade de aumento da dose para se obter o mesmo efeito;
  • Crises de abstinência: ansiedade, irritabilidade, insônia ou tremor quando a dosagem é reduzida ou o consumo é suspenso;
  • Ingestão em maiores quantidades ou por maior período do que o desejado pelo indivíduo;
  • Desejo persistente ou tentativas fracassadas de diminuir ou controlar o uso da substância;
  • Perda de boa parte do tempo com atividades para obtenção e consumo da substância ou recuperação de seus efeitos;
  • Negligência com relação a atividades sociais, ocupacionais e recreativas em benefício da droga;
  • Persistência na utilização da substância, apesar de problemas físicos e/ou psíquicos decorrentes do uso.
PREVALÊNCIA
A dependência química é uma das doenças psiquiátricas mais freqüentes da atualidade. No caso do cigarro, de 25% a 35% dos adultos dependem da nicotina. A prevalência da dependência de álcool no Brasil é de 17,1% entre os homens e de 5,7% entre as mulheres, segundo o 1° Levantamento Domiciliar Sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no país, realizado em 2001 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O estudo revelou que quase 20% dos entrevistados já haviam experimentado alguma droga que não álcool ou tabaco. Entre elas, destacaram-se a maconha (6,9%), os solventes (5,8%) e a cocaína (2,3%).

Texto: Dr. Evander Gomes(psicólogo)                       
http://evandergomes.com/o-que-e-dependencia-quimica-seus-sintomas-e-prevalencia/